Eu
tinha 15, e não costumava sonhar. Aos 17 tinha certeza que meus sonhos eram o
meu destino, razão absoluta, era tola. E quando descobri um mundo novo,
sozinha, aos 18, eu vi que sonhar era ambicioso demais, a vida era demasiado
medíocre para tal. Aos 20 encontrei alguém, e ele era meu sonho realizado, mas
novos sonhos vieram, e tudo parecia inalcançável. Eu era um átomo bem preso ao
chão, a gravidade não me deixava sequer planar, e o meu sonho eram as estrelas
de outra galáxia a milhas e milhas da via láctea, estrelas que eu nem sabia ao
certo se existiam. De repente o futuro parecia incerto e ao mesmo tempo era
como se eu já tivesse um destino traçado, como uma condenação. Era feliz, mas
nem perto de suficiente. Aos 21 a vida mudou, os dias mudaram, eu mudei. Tinha
os sonhos mais claros, nítidos. Ainda os tenho, na minha mente estão traçados.
Estou quase lá, há apenas 1 dia e uma eternidade para alcançá-los. Desta vez já
vivi o suficiente, conheço mais do que quando tinha 17, pelo menos é nisso que
acredito. E escolho acreditar que vai dar certo, escolho acreditar que aquele
pouquinho de sorte que eu preciso vai acontecer e aí então não vou sonhar mais.
Viverei o sonho. Alcançarei as estrelas mais distantes do universo.
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